Manila, a improvável capital e porta de entrada das Filipinas

Se há uma cidade da qual não se sabe o que esperar, esta é sim a cidade de Manila. Capital desorganizada das Filipinas, Manila é com seu 1 milhão e meio de habitantes em 38km2, a segunda cidade com maior densidade no mundo.
Perdida entre a modernidade do centro da cidade e a pobreza de suas principais ruas, favelas e periferias, Manila está presa em sua própria ambiguidade.
Surpreendentemente eu encontrei um ar de semelhança com o Brasil. Ou melhor, com a periferia do Rio de Janeiro. Uma coisa que ainda não lhes contei foi que eu já vivi por quase um ano em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, com uma família local. Foi lá que eu conheci o verdadeiro Brasil, o Brasil de verdade, o Rio de Janeiro de verdade.
Como esta é uma real e profunda referência da qual eu vivi e tenho como profunda experiência, eu faço sempre comparações com o Rio de Janeiro. E é verdade que Manila me lembra muito essa época no Brasil: Os fios elétricos embolados nos postes das ruas, as casas apenas nos tijolos eternamente em obras que não se acabam nunca, as casas coloridas e aquelas com azulejos nas fachadas, os quintais quentes e acimentados nos quais sempre se encontram vira-latas barulhentos que latem sem parar, a vida de vizinhos que vivem na calçada assistindo a vida passar, calçadas fragmentadas, estas das quais é difícil e quase impossível de se andar.
Tudo me faz pensar ao Brasil, ao meu Brasil. Há uma pequena diferença: em Manila as Vans são substituídas por Jeepneys, jipes abandonados pelos americanos na segunda guerra mundial. Eles são utilizados aqui como meio de transporte local. Geralmente “personalizados”, eles dão uma impressão meio sinistra.
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Sobre
A região metropolitana de Manila, megalópole de quase 20 milhões de habitantes, f az de Manila a décima segunda cidade no mundo. Há muito tempo por ter sido dividida em uma cidade colonial populada por espanhóis, Manila mantém em seu centro histórico de Intramuros, os vestígios do seu passado colonial.
Exatamente como as grandes metrópoles em pleno desenvolvimento, Manila está perdida em seu avanços, pois se vê, como no resto do mundo, uma cidade de contrastes: enquanto seu centro é o lar de arranha-céus, o restante das outras cidades estão em situações completamente insalubres. Além disso, um fato oficial é que, segundo o Banco Mundial, quase 40% da população de Manila vive em uma das 500 favelas da cidade.

O que Fazer
Em Manila não tem muito o que fazer. Se a cidade acolha milhares de turistas por ano não é para a sua beleza nem para as suas atividades. Manila é o ponto de chegada e de partida para as ilhas paradisíacas das Filipinas.
Quando fomos para as Filipinas em janeiro 2016, ficamos 3 dias em Manila. Não porque queríamos mas sim porque meu colo do utero abriu enquanto estava gravida de 7 meses. Decidimos então repousar o máximo possível antes de percorrer o pais durante 3 semanas e antes de nadar com os tubarões baleias de Oslob, na ilha de Cebu.
Bairro de Intramuros I O bairro Murado
Antigo bairro Colonial, fundado e ocupado pelos espanhóis entre os séculos 15 e 18. Ainda que tenha sido fortemente bombardeado durante a Segunda Guerra mundial, o bairro está, juntamente com seus vestígios do passado hispânico, bem preservado. Encontramos inclusive ruas preservadas, uma igreja barroca e o forte Santiago.
Ao norte da cidade
Na cidade de Quiapo, é possível ver a basílica de São Sebastião como também sua igreja de aço.

Chinatown
Seguindo o modelo tradicional asiático, Manila possui também um bairro chinês. No bairro de Binondo, vocês verão a autêntica Chinatown de Manila. E por que não dar uma olhada no grande cemitério chinês com entrada gratuita aonde podemos ver tumbas surpreendentes em forma de casinhas?


Tuk-tuk philippin
E se finalmente podemos dizer que a atração maior da cidade está em seu transporte – Manila, ocupada pelos americanos na Segunda Guerra mundial, herdou os seus velhos jipes e os deu até um novo nome, Jeepneys. Atualmente são utilizados pela população como meio de transporte coletivo e são, claro, a atração turística local. Bem coloridos, às vezes são revestidos com detalhes incríveis que se entrelaçam em desenhos de todos os tipos. A tarifa do percurso é bem barata e custa por volta de 10 a 15 pesos filipinos.
Não deixem de fazer um passeio de triciclo, em um tipo de tuk-tuk na moda carro-lateral. Certamente terão lembranças inesquecíveis, inclusive por conta do tráfego e do calor sufocante da cidade.

Comer e Beber
Em Manila, como em todas as cidades asiáticas, é mais fácil de comer a um custo benefício ótimo em bares e tendas nas ruas do que nos restaurantes elegantes e de luxo.
Para aqueles que procuram um preço menor, nada melhor do que experimentar os bares e restaurantes de Malate aonde os horários são bem flexíveis, pois comer e beber nos bairros turísticos de Ermita e de Malate, bairros dos mochileiros, é sinônimo de encontrar uma cidade que não dorme nunca e é possível encontrar bares e restaurantes com karaokês abertos a noite toda.
E para aqueles com o bolso mais cheio, uma boa recomendação é ir ao bairro de Makati, bairro mais nobre da cidade. É lá que estão os arranha-céus, hotéis e lojas de luxo – porém lembrem-se que uma boa viajem é através da gastronomia local.
Como Chegar

O aeroporto internacional Ninoy Aquino (MNL) é bem fácil de se chegar a partir de praticamente qualquer cidade grande da Ásia. Frequentemente classificado como o aeroporto “traumatizante” pela falta de conforto e comodidade, o aeroporto conta com quatro terminais.
Atenção!
É imperativo que se tenha uma passagem de volta ou de saída do território para poder entrar em solo filipino.
Acesso ao Centro da Cidade
* Táxi:
Provavelmente um dos meios de transporte mais seguros. Existem dois tipos de táxi: os amarelos, aonde a tarifa “justa” é marcada pelo taxímetro e o táxi branco, aonde a tarifa do trajeto é “negociável”. Escolha o que lhes parecer mais “seguro”.
* Uber:
Se tivermos que fazer uma escolha, é simples, o Uber. Com uma possibilidade de chamar o táxi à distância, o Uber é a nossa escolha preferida e é de lei, nossa prioritária. A tarifa também é indicada e informada e sempre mais justa do que a tarifa de um táxi local. A tarifa do percurso do aeroporto até o nosso hotel custou 200 PHP, um pouco menos de 4 Euros os 12 Km dos quais 7 Km foram no trânsito.
* Metro:
Provavelmente o melhor meio de transporte para se locomover na capital engarrafada. A cidade de Manila dispõe de 3 linhas de metrô: a LRT-1 amarela, a MRT-2 violeta e a MRT-3 azul, com um total de umas quarenta estações. A tarifa do ticket varia entre 10 e 20 pesos.
Atenção! O metrô fecha às 22 horas.
* Ónibus:
Os ônibus que percorrem as avenidas principais por toda a cidade possuem ar-condicionado.
* Jeepney:
O Jeepney, velhos jipes abandonados pelos americanos após a Segunda Guerra mundial, é o transporte tradicional, como já mencionado acima. Ressaltando que é um transporte com uma tarifa super em conta já que o percurso custa por volta de 10 a 15 pesos filipinos (PHP).